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terça-feira, 6 de maio de 2014

Incêndios: um perigo para as florestas cariocas.

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Os balões que são soltos na época das festas juninas constituem uma ameaça para as florestas, pois podem causar incêndios de grandes proporções, bem como danos ambientais que, algumas vezes, levarão décadas para desaparecerem. É sempre bom ter em mente que um único balão pode destruir milhares, ou mesmo milhões, de árvores.

A cidade do Rio de Janeiro, apesar de seus inegáveis problemas, é privilegiada por ter em seu território várias áreas cobertas por florestas, um ambiente que apesar de exuberante, é também muito frágil.

As chamadas florestas tropicais úmidas são responsáveis por abrigar aproximadamente metade de todas as espécies de seres vivos existentes no planeta Terra. Não é diferente com as matas da cidade do Rio de Janeiro, mesmo com todas as agressões ambientais que as florestas cariocas sofreram e ainda hoje sofrem por ficarem próximas demais de um dos maiores aglomerados urbanos do mundo, a biodiversidade das matas da cidade, ainda assim, é impressionante.

As duas maiores florestas da cidade do Rio de Janeiro: a Floresta da Pedra Branca (situada na integralmente na Zona Oeste da cidade) e a Floresta da Tijuca (dividida em 4 setores situados nas Zonas Norte, Sul e Oeste do Rio de Janeiro) são responsáveis pela limpeza do ar na cidade, pela retenção da água no ambiente. por evitar deslizamentos, além de influenciar no clima de parte da cidade, tornando-o mais ameno.

Originariamente as florestas que existiam na cidade faziam parte do ecossistema comumente denominado Mata Atlântica. A Mata Atlântica ia da região Sul até o Nordeste do Brasil.

No caso do Rio de Janeiro este ecossistema foi brutalmente agredido ao longo do tempo por diversas causas, como por exemplo: o extrativismo vegetal, derrubada para implantação de fazendas e olarias, além de retirada da madeira para se fazer carvão e madeira para uso em diversas finalidades. Hoje a invasão da floresta por construções de todas as classes sociais é um problema que se sobrepõe aos anteriores.

Com a chegada do café ao Brasil, a primeira floresta que sofreu o impacto desta lavoura foi a que originariamente existia no Maciço da Tijuca: foi quase integralmente devastada para que o café fosse plantado nas encostas do Maciço.

A Floresta da Tijuca foi replantada, ainda no século 19, para que fosse regularizada a oferta de água potável na cidade (que á época era restrita ao Centro e arredores): a lavoura de café plantada no Maciço da Tijuca havia criado um efeito colateral indesejável - a falta de água no Rio de Janeiro.

Hoje a ameaça do café desapareceu, embora em trechos da Floresta da Tijuca ainda possam ser vistos, escondidos entre a vegetação, alguns pés de café. Um outro tipo de ameaça paira sobre a integridade das áreas florestais do Rio de Janeiro: os balões. Os balões põem as florestas em risco, pois possuem um "arsenal" de grande poder destrutivo representado por suas lanternas e fogos de artifício. Não é raro que provoquem incêndios de grandes proporções em áreas de preservação ambiental.

Apesar de serem os grandes vilões dos incêndios florestais, os balões não estão sozinhos neste tipo de desastre ambiental. Os outros responsáveis por destruições de áreas verdes são o cigarro, as queimadas (que visam "limpar" o terreno para iniciar o cultivo de alguma lavoura), as velas presentes em oferendas religiosas e a queima de lixo são outras causas frequentes de incêndios florestais, podemos perceber que muitas destas causas de incêndio podem ser consideradas intencionais.

Um outro agravante que torna os incêndios florestais devastadores é a presença, em diversas partes da cidade, do capim colonião (Panicum maximum). Este capim tem a tendência de se espalhar rapidamente por áreas devastadas, impedindo a recomposição da floresta, nos meses mais secos do ano (julho a setembro) o colonião fica "seco" tornando-se no combustível perfeito para o incêndio iniciado por uma das causas anteriormente citadas.

O mais irônico deste ciclo de destruição é que na época das chuvas o capim colonião cresce muito rápido, ocupando toda a área devastada pelo incêndio e dificultando o crescimento da vegetação original.

Apesar de hoje existirem em número bem menor que no passado, ainda há na cidade do Rio de Janeiro e nas cidades vizinhas, algumas associações ou clubes de pessoas que soltam balões (geralmente de forma clandestina), pois vale lembrar que hoje em dia soltar balões é crime.

Os prejuízos ambientais causados pelos incêndios, não só causados por balões mas por qualquer meio anteriormente citado, são exatamente o oposto dos benefícios que a floresta proporciona em sua integridade: redução da área coberta por vegetação, diminuição do volume da água nos rios, redução da umidade do ar, erosão do solo, extinção de animais e plantas, diminuição do oxigênio presente no ar, além do aumento da temperatura média da cidade como um todo.

Veja também: Atitudes para Preservar o Meio Ambiente

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Foto: Vinício Antônio Silva. - . Rio de Janeiro: Capital Cultural Brasileira. ______

“Levantemos a cidade que ficará por memória do nosso heroísmo e do exemplo de valor às vindouras gerações, para ser a rainha das províncias e o empório das riquezas do mundo”

ESTÁCIO DE SÁ - 1565

Vinício Antônio Silva é guia credenciado pela EMBRATUR e fotógrafo amador.

Pontos de Interesse: Rio de Janeiro Turismo Ecológico e Histórico