Translate

sábado, 3 de março de 2012

Estádio São Januário, uma Odisséia Carioca - (Vasco da Gama)

A construção do Estádio de São Januário (foto) foi uma das grandes odisséias cariocas.

Como visto em tópicos anteriores, outros clubes da cidade do Rio de Janeiro viam o Vasco com muito preconceito, já que era o único clube de futebol que aceitava o povo em suas equipes esportivas. Dessa forma, esses clubes procuraram dificultar o máximo possível a participação do Vasco da Gama nas competições futebolísticas ocorridas na época. Uma dessas dificuldades impostas foi a ameaça de se vetar a participação do clube nas competições, sob a ridícula alegação de não ter um estádio próprio.

Iniciava-se, então, uma das maiores e bem sucedidas campanhas de arrecadação já vistas na cidade, comparável, apenas, à campanha para se construir o Cristo Redentor.

A construção do estádio foi iniciada em junho de 1926, com o dinheiro recebido junto à imensa torcida vascaína em todas as partes da cidade e arredores.

As dificuldades não foram poucas. Àquela época o cimento belga era considerado o melhor material a ser usado nesse tipo de construção. Mas, o então presidente da República, Washington Luiz, misteriosamente, proibiu que o Vasco pudesse importar o cimento para a construção de São Januário. A solução ao impasse imprevisto foi caseira e misturou-se brita, areia e cimento nacional, materiais que são usados nas construções até hoje, por sinal.

Em 21 de Abril de 1927, pouco mais de 10 meses do início de suas obras, estava inaugurado o maior estádio das Américas, até então.

Um detalhe curioso é que Washington Luiz, compareceu à cerimônia de inauguração do estádio, talvez para ver com seus olhos a prova de determinação daquela torcida.

Passados mais de 80 anos desde a sua inauguração o Caldeirão segue firme como o maior estádio privado do Rio de Janeiro.

Ironicamente, daquela exigência arrogante feita há 8 décadas atrás, restou o fato de que dos chamados 4 grandes do futebol carioca, o Vasco da Gama é o único a ter hoje o seu estádio e nele realizar a maioria dos seus jogos. Flamengo e Fluminense não possuem estádios à altura de competições profissionais, já o Botafogo usa o Engenhão após um acordo com a prefeitura da cidade. O mundo dá mesmo muitas voltas...

Durante a chamada Era Vargas, o presidente Getúlio Vargas costumava fazer discursos no estádio, transmitidos, via rádio, ao Brasil inteiro. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) foi anunciada em São Januário, em um desses discursos.

O Estádio será utilizado para as competições de rugbi das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Foi também o palco do milésimo gol de Romário. A fachada do estádio é em estilo neocolonial e é tombada pelo IPHAN.

Alguns clubes cariocas homenageam seus bairros de origem, tais como Bangu, Olaria, Bonsucesso, além de Botafogo e Flamengo. O Vasco da Gama é o único clube do Rio, provavelmente do Brasil, que criou um bairro (foto), reconhecido pela prefeitura desde 1998.

Veja também: Estádio Maracanã, Os 4 Grandes do Rio, Clube de Regatas Vasco da Gama, o Verdadeiro Clube do Povo, Palácio Guanabara

Ir para o Índice

Fotos: Vinício Antônio Silva.

Fachada de São Januário - Vasco da Gama e Placa do Bairro Vasco da Gama - Vasco da Gama. Rio de Janeiro: Capital Cultural Brasileira.

______

“Levantemos a cidade que ficará por memória do nosso heroísmo e do exemplo de valor às vindouras gerações, para ser a rainha das províncias e o empório das riquezas do mundo”

ESTÁCIO DE SÁ - 1565

Vinício Antônio Silva é guia credenciado pela EMBRATUR e fotógrafo amador.

Pontos de Interesse: Rio de Janeiro Turismo Cultural e Histórico

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Obelisco da Antiga Avenida Central - (Avenida Rio Branco, Centro)

Essa postagem recebeu o nosso visitante n° 3.000!
Quando as obras da Avenida Central (atual Rio Branco) estavam em fase de conclusão, a construtora encarregada pela abertura da nova via, colocou um obelisco (foto) para demarcar o final de uma nova referência no arruamento do Centro: a Avenida Central.

No início do século 20, a região central da cidade do Rio de Janeiro era difamada internacionalmente por ser palco de epidemias, por ser suja e desorganizada.

Pereira Passos, prefeito do Rio à época, mandou abrir a Avenida Central como uma reação a essa má fama que a cidade possuía. Na teoria a cidade estava se "europeizando", ou, melhor ainda, se "afrancesando" já que o modelo de urbanização escolhido para a Avenida Central era baseado nos "Boulevares" franceses. Na prática, porém, o que se queria era ligar, o mais rapidamente possível o Centro da cidade à Zona Sul do Rio. Explicando melhor ainda, a Avenida Central ligava o Porto do Rio, na Praça Mauá, aos bairros da Zona Sul.

Em uma época onde a navegação marítima, levava não só cargas, mas também passageiros das mais diversas classes sociais, a Avenida Central teve um papel ideológico de destruir, ou senão, diminuir a péssima impressão que as acanhadas ruas coloniais do Centro, apinhadas de casas humildes, senão miseráveis, causavam nos recém chegados.

Ao final da Avenida Central, seguindo os ditames urbanísticos franceses, foi então colocado o Obelisco, como um marco de civilidade do novo Rio que se pretendia criar.

O Obelisco, com 28 metros de altura foi feito de granito retirado do Morro da Viúva, no bairro Flamengo, um acidente geográfico que hoje quase não pode mais ser visto, pois, encontra-se completamente cercado por prédios.

Em sua origem o Obelisco ficava próximo ao mar, hoje os vários aterros na região, afastaram o obelisco da Avenida Rio Branco do litoral.

O Obelisco foi o local escolhido por alguns dos vitoriosos da Revolução de 1930 para amarrarem os cavalos. Uma forma simbólica de se afirmar a tomada do poder político.

Obeliscos são um símbolo esotérico muito antigo, que remonta à antiguidade, estão presentes em diversas cidades ao redor do mundo. Uma das interpretações possíveis desse símbolo é a elevação da conciência para níveis acima do normal da pessoas.

Veja também: Centro Cultural Justiça Federal, Ladeira da Misericórdia, Paço Imperial

Ir para o Índice

Foto: Vinício Antônio Silva. Obelisco, Avenida Rio Branco - Centro. Rio de Janeiro: Capital Cultural Brasileira.

______

“Levantemos a cidade que ficará por memória do nosso heroísmo e do exemplo de valor às vindouras gerações, para ser a rainha das províncias e o empório das riquezas do mundo”

ESTÁCIO DE SÁ - 1565

Vinício Antônio Silva é guia credenciado pela EMBRATUR e fotógrafo amador.

Pontos de Interesse: Rio de Janeiro Turismo Histórico

Primeiro de Março de 1565 - (Fundação da Cidade do Rio de Janeiro)

A cidade do Rio de Janeiro foi fundada entre os Morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, por Estácio de Sá e tinha por finalidade, desde seu início, proteger e defender o litoral brasileiro de invasores.

Desde cedo, contrariando o senso comum geral, os "cariocas" nunca tiveram vida fácil na edificação do Rio de Janeiro. O que hoje é uma metrópole, foi construída ao longo desses séculos com muita luta, perseverança, sacrifícios e engenhosidade. Nada veio fácil ao povo do Rio. O local escolhido por Estácio para fundar a cidade era de fato estratégico, mas cobrou alto (e ainda cobra) o preço da sua ocupação.

Se hoje os cariocas são admirados e criticados por sua forma de ver o mundo e aproveitar a vida, saibam que essa conquista se deu com muito suor e deve ser saboreada mesmo.

Aos que depreciam a cidade e o seu povo, vale sempre lembrar: quando JK retirou a capital federal do Rio para Brasília, nossa cidade sofreu um brutal esvaziamento econômico que a deixou estagnada por muitos anos, sofremos com um boicote financeiro-econômico silencioso efetuado pela ditadura militar (notavelmente o Rio SEMPRE foi contra a ditadura, outros estados sempre estiveram à favor dos militares e foram muito bem recompensados por isso...), passamos por uma imposição de fusão com o Estado do Rio de Janeiro, que deixou as finanças públicas ainda piores, e não bastasse isso, na década de 80 passamos por uma massiva campanha de difamações por setores da imprensa, que vendiam (e ainda vendem) a imagem do Rio como uma cidade sem lei. Recentemente parlamentares de outros estados (muitos deles envolvidos em diversos escândalos e falcatruas) se empenharam em "meter a mão" nos royalties do petróleo que o estado recebe por direitos contratuais. Passamos por tudo isso, mantendo firme a posição de Capital Cultural do Brasil, 2ª cidade financeiramente mais importante do país e sinônimo de Brasil em qualquer lugar do mundo.

Ainda assim há pessoas que creem que o povo carioca não gosta de trabalhar... (se gostássemos, então...) A evidente verdade, que essas pessoas não querem ver, é que trabalho e diversão não são antagônicos e nem excludentes, e os cariocas perceberam isso já há muitas décadas.

1º de Março, aniversário de fundação da Mui Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

RIO DE JANEIRO - O CORAÇÃO DO BRASIL.

Veja também: Chafariz da Pirâmide, Ladeira da Misericórdia, Paço Imperial, Pão de Açúcar, onde o Rio Nasceu!, Rio Carioca

Ir para o Índice

Foto: Vinício Antônio Silva. - . Rio de Janeiro: Capital Cultural Brasileira.

______ “Levantemos a cidade que ficará por memória do nosso heroísmo e do exemplo de valor às vindouras gerações, para ser a rainha das províncias e o empório das riquezas do mundo” ESTÁCIO DE SÁ - 1565

Vinício Antônio Silva é guia credenciado pela EMBRATUR e fotógrafo amador.

Pontos de Interesse: Rio de Janeiro Turismo Ecológico, Cultural, Religioo e Histórico