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sábado, 14 de janeiro de 2012

Estrada (ou Caminho) Imperial - (Vários Bairros do Rio)

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Quem passa em Vila Valqueire ou em Cascadura, por exemplo, já deve ter visto algumas placas vermelhas, colocadas pela prefeitura, indicando que ali é (ou melhor, era) o "Caminho Imperial" (foto). Infelizmente a prefeitura não indica mais do que isso. Então, O Bom do Rio, joga um pouco de luz sobre o tema.

O Caminho Imperial, ou Estrada Imperial, era o nome dado à estrada que ligava o Morro do Castelo, no Centro e São Cristóvão, na Zona Norte até Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade. Essa estrada é a antiga Estrada dos Jesuítas, assim chamada por ter sido aberta para acessar a antiga fazenda que essa ordem religiosa possuía em Santa Cruz.

Após terem sido expulsos do Brasil, muitas possessões dos Jesuítas foram absorvidas pela administração portuguesa, inclusive a Fazenda de Santa Cruz, uma das maiores e mais produtivas que existia em toda a atual Zona Oeste da cidade.

O caminho utilizado pelos Jesuítas, passou a ser chamado a partir de então de Estrada Imperial, Caminho Imperial, ou, ainda de Estrada de Santa Cruz.

Foi usado pela Família Real, quando a mesma saía do Palácio de São Cristóvão (o atual Museu Nacional) para a Real Fazenda.

Dizem as lendas que a àrea conhecida até hoje como "Moça Bonita", em Bangu, era chamada assim por D. Pedro I, ao se referir à uma moradora da região.

A Fazenda Real virou Imperial, e depois o matadouro da cidade; a linha do trem chegou; a população de toda a região cresceu; chegaram indústrias (ver Fábrica Bangu) e quartéis das três forças armadas, mas o antigo caminho dos Jesuítas continua aberto e funcionando até hoje, quase sem nenhuma alteração, apenas muda de nome em alguns bairros: Avenida Santa Cruz, na Zona Oeste; Avenida D. Helder Camara, na Zona Norte; Intentende Magalhães, na Vila Valqueire; rua da Feira, em Bangu; Marechal Fontenelle, em Realengo; Ernani Cardoso, em Cascadura; Cesário de Melo, em Campo Grande.

No século 19 existiam 11 marcos de pedra, os chamados Marcos Imperiais que mensuravam a distância da Estrada. Atualmente apenas 3 desses marcos existem, o marco 6, em Bangu; o marco 7, em Santíssimo e o marco 11, em Santa Cruz, esse último está situado com grande destaque em uma praça no centro do bairro.

Em resumo é isso que faltou à Prefeitura informar em relação ao "Caminho Imperial" indicado pelas placas vermelhas.

Veja também: Ainda Sobre Subúrbios, Fábrica Bangu, Fonte Wallace - Santa Cruz, Igreja de São Sebastião e Santa Cecilia, Vila Militar

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Foto: Vinício Antônio Silva. Placa indicando o Caminho Imperial - Cascadura. Rio de Janeiro: Capital Cultural Brasileira.
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“Levantemos a cidade que ficará por memória do nosso heroísmo e do exemplo de valor às vindouras gerações, para ser a rainha das províncias e o empório das riquezas do mundo”

ESTÁCIO DE SÁ - 1565

Vinício Antônio Silva é guia credenciado pela EMBRATUR e fotógrafo amador.

Pontos de Interesse: Rio de Janeiro Turismo Histórico e Cultural

8 comentários:

  1. Realmente falta um cuidado das autoridades com a memória do subúrbio ou com a própria história da cidade. Perto da placa do "Caminho Imperial" que há na rodoviária de Cascadura há vários prédios históricos que certamente tem histórias para contar, mas que passamos por eles e não sabemos ao certo do que se trata. A Santa Casa de Misericórdia que fica em uma colina ali perto é um exemplo disto. O prédio é espetacular e está bem conservado, mas poucos conhecem o local e não há nenhum trabalho de valorização cultural deste patrimônio histórico de nossa região...

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  2. Bem pertinente seu comentário Luiz Souza, creio que, enquanto cidadãos, devemos lutar pela memória de nossa cidade. as demolições feitas para construção das vias expressas estão determinando o fim de diversos prédios e casas antigos...

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  3. GOSTARIA DE CONTRIBUIR COM O TEMA E RECEBER UMA ORIENTAÇÃO AO MESMO TEMPO: NA AVENIDA SANTA CRUZ, EM BANGU, QUASE EM FRENTE AO NÚMERO 3.400, PRÓXIMO A ESTAÇÃO DE TREM DE GUILHERME DA SILVEIRA, HÁ UM MARCO DE PEDRA, ESQUECIDO, DESGASTADO PELO TEMPO E MUITO MALTRATADO (PICHAÇÕES E ETC.). ESTE TAMBÉM É UM DOS MARCOS DO CAMINHO IMPERIAL ? P.S: ESTA NA CALÇADA EM FRENTE A UM TERRENO BALDIO...

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  4. Sim. Aquele marco em Guilherme da Silveira é um dos antigos marcos imperiais da estrada da Fazenda de Santa Cruz.

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  5. Olá Vinício. Eu gosto de histórias da região, gostei da sua pesquisa. Eu gostaria de saber se há algum lugar que tenha esse mapa. Gostaria de saber também aonde se encaixa a estrada da Caroba e a Antiga Rio-São Paulo (Campo Grande) nessa rota. Pois ao que me parece o caminho não era Estrada de Sta Cruz-Rua Artur Rios-Av Cesário de Melo e sim Estrada de Sta Cruz-Av Cesário de Melo, passando por onde hoje é a estação de trem de Augusto de Vasconcelos. O que você sabe a respeito?? Abraço. Obrigado

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    1. Oi Eliel eu desconheço a existência de um mapa desta região com este tipo e informação.

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    2. geraldo silva jacinto17 de abril de 2020 às 15:42

      eu servi; no quartel de santa cruz. 1999. quando fizeram a estrada rio x são paulo.eles pegarão.de santismo.seguindo. p/ seropedica. a antiga rio são paulo

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  6. Bom dia. Gostei muito dessa reportagem. Desde que vi a respeito dos marcos, estava procurando o mapa também. Será que esse mapa tem lá na prefeitura, no departamento que tem umas plantas aerofotogametricas? Essa comemoração seria muito bonita se fosse feita na estrada toda. Forte abraço e muito obrigada.

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